sexta-feira, 30 de julho de 2010

METADE

O homem mais culto que conheci na vida tinha metade do ensino fundamental.

Mas falava todas as verdades da vida que uma mulher/criança deve saber. Com as palavras mais acertadas, com a concordância perfeita, com a regência não só de sua vida mas da minha e de nossa família.

Esse homem foi meu pai.

Nós fomos aprendizes que lemos, que pensamos e agimos sob a face do grande amor que ele depositava em nós.

Aprendemos a ser, a viver e mais profundo que isso a conviver com pessoas e com problemas. Soubemos que a mesquinhez da alma nunca nos aprouve.

Que a mentira não nos agradava.

Que a omissão não resolvia, mas esscondia a verdadeira face de que não tinha ninguém.
E, eu, nunca fui sozinha. Nunca.

Aprendi isso pelo exemplo do homem para que o homem me elevasse e eu visse Deus.
Foi um simples homem quase analfabeto, que me levou ao Maior.

Onde eu pude ter a maior lição de minha vida que foi:
“Quem é grande tem ciência de sua pequenez, pois sabe que nada sabe o que tem que aprender; e que o pequeno tem que subir no grande para subir, porque não tem forças sozinho pois não conseguiu a grandeza dos pequenos.”
Sei ser pequena, porque acima de mim, há muitos, mas a alma, essa pertence à grandeza que recebi também desse simples homem:

Alcides.

Herança de mim

Toda a publicação que postarei serão herança da construção de mim e de meus saberes. Destinados absurdamente `as pessoas que amo e às que poderei acrescentar algo não esclusivamente de mim, mas acerca de todas as inferências que fiz a respeito do encontro do meu “eu” com ele mesmo e com a dos outros.

Espero não ficar presa à esfera nenhuma que limite o espaço que uma alma pode percorrer.

O campo de atuação, sensação e permanência definem, para mim, fatos como aceitação, projeção e limitação. A deficiência ou dificuldade dá-se ao desencontro com essas verdades.